quarta-feira, 18 de abril de 2012

Alice e Kristian - Parte 53

Um sono curioso. Sonho que estou em uma floresta diferente das outras vezes, um floresta mais... mais pura. Mas desta vez estou sozinha... Sinto o brisa fresca batendo em meu rosto. Estou no meio das árvores grandes, com raízes enormes, e passo por cima delas sem esforço nenhum, me guio pela luz da Lua, que passa suavemente entre os galhos e folhas, e chega até mim. Vejo a beleza das formas da natureza, e das formas das sombras que se formam ao meu redor. Sinto que estou sendo protegida por algo. Então ouço o sussurro de uma voz por trás de mim. A voz é simplesmente linda. Olho rapidamente para trás, e vejo uma mulher, vestida de branco, com os cabelos castanhos-dourados caindo sobre seus ombros, sua face acobreada. A mulher mais linda que já vi em minha vida. Olhei para mim mesma, quase envergonhada diante de sua beleza. Percebo que estou com uma vestimenta preta, tão leve como uma pluma, e meus pés descalços. A mulher fala quase cantando:
-"Por que se envergonhas Yuki?" Olho para baixo me sentindo mal por ser quem eu sou.
-"Por que não me sinto digna de estar num lugar tão puro, sendo que sou alguém que vive do Elixir da Vida de outros..." [Nota da autora: Só pra especificar, o Elixir da Vida que a Alice se refere, é na verdade o sangue, por que sem ele ninguém vive]
-"Só por pensar assim prova que és digna de estar aqui sim, embora que você, criança, viva nas trevas" ´[Nota da autora: a 'mulher' não chama a Alice de criança para ofende-la e sim como forma de dizer em como ela é 'pequena' sobre os Conhecimentos de 'certos assuntos' vistos daqui para frente.]
 Olho para ela com atenção, quase chorando, e pergunto:
-"Desculpe-me se estou perguntando algo indevido, mas... Quem é você? Parece que já te conheço a muito tempo, mas não lhe reconheço de lugar algum..."
-"Venha comigo Yuki, quero lhe mostrar algo antes de lhe responder a pergunta..." Andamos devagar pela floresta, e parece que ela tem respeito por nós (a floresta)... Cegamos perto de uma cachoeira, na qual a mulher se senta em uma pedra e bate ao lado, convidando-me a me sentar. E eu o faço...
-"Cada pessoa, cada ser vivo, possui um lado obscuro e um lado iluminado. Cada ser dessa floresta possui os dois. Um lado bom e um ruim, um lado triste e um lado feliz. "Ela olha pra mim e sorri.
-"Quer dizer então que tudo que é vivo pensa em coisas ruins e boas."
-"Não é exatamente isso, arvores não pensam, mas sentem!"
-"Ah! Acho que compreendi, por exemplo, se falta chuva, as árvores e plantas ficam secas e assim 'sentem' que o fim pode vir, assim como um animal fugindo de um predador, eles não pensam 'vou fugir' mas ficam com medo"
-"Exatamente isso!" 
-"Nossa! Nunca havia parado pra pensar nisso..."
Ficamos olhando para a cachoeira e de vez em quando vejo um peixe pular... Olho para meu vestido, ele é preto, com várias camadas de um tecido fino e leve, com pontas que vão até abaixo do joelho, e a parte de cima é firme, mas não aperta, e é frente-única. Observo o vestido da mulher ao meu lado e seu vestido é exatamente igual ao meu, mas de um branco muito puro.
-"Não entendo, por que estamos sozinhas nesse lugar? E que lugar é esse?"
-"Na hora certa você vai entender tudo Yuki, acredite. Mas agora você precisa voltar. Adeus." E então eu acordo, assustada.

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