Alice e Kristian - Parte 5

- “Não podia... deixá-la ali. Nunca tinha transformado ninguém, e vi ali a oportunidade perfeita. E quando percebi que era você que estava não chão deitada... não tive dúvidas de que tinha que ser você.”
- “Oh, entendo. Obrigada por salvar minha ‘vida’.” Eu sorri para ele.
- “Acredite, até agora não teve um minuto do qual me arrependi do que fiz.” Ele sorriu também. Mas dessa vez não era um sorriso maléfico, era um sorriso doce, que me fez muito feliz em vê-lo.
-“Bom, você já acabou de comer?”
-“ Ah, sim, terminei. E você?
-“Também. Obrigada pela comida.” Neste momento eu me levantei peguei as taças, levei-as até a pia, voltei e peguei os saquinhos. Lavei as taças e sequei-as, depois lavei os saquinhos e botei no lixo. Quando terminei, Kristian não estava mais lá. Fui procurar por ele na casa.
- “Mestre...?” Ninguém respondeu. Até parece que ele não me ouviria. Ele QUERIA que eu o procurasse.
Entrei na primeira porta do corredor.
Não tinha ninguém, somente um quarto com uma cama de solteiro e um armário. Entrei nas outras portas do corredor. Faltavam Somente três. Uma era um banheiro, a outra era uma quarto muito bagunçado, cheio de roupas espalhadas, cama desarrumada... Entrei na última porta, e lá estava ele, deitado em uma cama de casal arrumada, com toalhas em cima da cama dobradas.
- “Mestre... o que está fazendo?”
- “Aqui tem toalhas para você tomar banho, e esse vai ser seu quarto”
O quarto era lindo, as paredes eram com papel de parede. Era de flores de sakuras (cerejeiras) de cor roxa, e a parede era lilás.
-“Nossa, que lindo. Obrigada Mestre... é muito lindo.”
-“Imaginei que gostaria deste quarto. Fique a vontade para fazer o que quiser...”
-“Acho que vou tomar um banho.”
-“ Eu consegui tirar uma bolsa do carro, acho que é sua.”
Não acreditava naquilo. Era minha bolsa mesmo. Que sorte. Lá dentro tinha uma calça, uma blusa e um casaco. Como era uma mala pequena, queimou quase toda, mas as roupas estavam bem. Só a calça que tinha um rasgo no joelho, mas tudo bem. Eu aprendi que quem faz a moda é nós mesmos. Ele se levantou e eu botei a bolsa em cima da cama. Ele estava vindo em minha direção. Parou bem em minha frente. Não tinha visto seu rosto tão de perto. Era realmente lindo. Kristian pegou meus cabelos longos e disse:
-“Seus cabelos ainda estão molhados.” Ele sorriu para mim com aquele mesmo sorriso, o doce.